Após dizer que “Moraes acabou com leis”, aluna é transferida de escola

Uma estudante do Centro de Ensino Médio (CEM) 1 do Gama protagonizou um incidente que gerou debates sobre liberdade de expressão e educação ao expressar sua opinião sobre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em uma redação. A aluna, do 2º ano, afirmou que Moraes havia "acabado com as leis" no país. O caso resultou em sua transferência de escola, a pedido da família, conforme informado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal.


O episódio ocorreu na última quarta-feira (17/4) durante uma atividade escolar. Após escrever sua opinião na redação, a estudante recebeu uma correção da professora, que explicou, embasada na Constituição Federal, que não compete ao Poder Judiciário a elaboração de leis, mas sim ao Legislativo. Diante disso, a aluna ligou para sua mãe para relatar o ocorrido.


A mãe da estudante, ao tomar conhecimento do incidente, enviou um áudio via WhatsApp para a supervisora da escola, condenando a conduta da professora e classificando-a como "doutrinação". Além disso, mencionou sua amizade com políticos e ameaçou confrontar a professora, afirmando que mostraria a ela que as leis haviam sido alteradas.


Posteriormente, a mãe compareceu pessoalmente à escola, repetindo as agressões verbais e declarando que buscaria seus próprios direitos. Segundo o diretor da instituição, a professora precisou se afastar das atividades por 30 dias devido ao abalo psicológico causado pelo incidente.


Em resposta, a Secretaria de Educação do DF afirmou ter agido prontamente ao ser informada do ocorrido, registrando um boletim de ocorrência e atendendo ao pedido de transferência da aluna feito por sua família. A situação continua sendo supervisionada pela coordenação da escola, que está preparada para tomar medidas adicionais de acordo com os regulamentos vigentes.


A controvérsia em torno do episódio levanta questões sobre os limites da liberdade de expressão e a responsabilidade dos educadores ao abordar temas sensíveis em sala de aula. Enquanto alguns defendem o direito dos alunos de expressar suas opiniões, outros argumentam que é dever dos professores corrigir informações incorretas e promover um ambiente de aprendizado baseado em fatos e argumentos embasados.


Além disso, o caso destaca a importância do diálogo entre a escola, os pais e a comunidade em geral para resolver conflitos e garantir um ambiente educacional seguro e acolhedor para todos os envolvidos. Enquanto as autoridades educacionais trabalham para lidar com a situação, é fundamental que sejam respeitados os direitos e a integridade tanto dos alunos quanto dos professores envolvidos.

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