URGENTE: Defesa de Augusto Heleno corrige informação enviada ao STF e situação se complica para o general
A crise envolvendo a situação jurídica do general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), ganhou um novo capítulo neste sábado (29.nov.2025). A defesa do militar enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma correção importante sobre o diagnóstico de Alzheimer apresentado anteriormente — e a retificação abriu margem para novas dúvidas, acirrando ainda mais o impasse com o ministro Alexandre de Moraes.
Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, a defesa esclareceu que Heleno não foi diagnosticado com Alzheimer em 2018, como constava no laudo apresentado ao tribunal, mas no início de 2025. A mudança na data foi classificada pela equipe jurídica como um “equívoco grave” ocorrido durante a perícia realizada pelo Exército após o cumprimento do mandado de prisão do general.
O advogado Matheus Milanez, que representa Heleno, afirmou que o erro se deu porque o militar, devido à doença neurodegenerativa, não teria condições de detalhar corretamente marcos temporais quando questionado pelo perito. Assim, a data de 2018 – que constou no relatório pericial – não teria sido informada pela defesa, mas registrada erroneamente pela equipe médica encarregada.
Moraes cobra provas e endurece o tom
A correção, em vez de auxiliar o pedido da defesa, acabou gerando ainda mais exigências por parte do ministro Alexandre de Moraes. Já desconfiado da inconsistência nos documentos apresentados, Moraes determinou que a equipe jurídica de Heleno apresente, em até cinco dias, o exame inicial que teria identificado ou, ao menos, registrado sintomas compatíveis com demência mista em 2018.
A cobrança, segundo interlocutores próximos ao caso, foi interpretada como uma forma de pressionar a defesa a comprovar se houve de fato erro na perícia — ou se o equívoco poderia indicar tentativa de flexibilizar a situação processual de Heleno.
O ministro deseja confirmar se o laudo do Exército realmente incluiu uma data incorreta ou se existe algum documento anterior que a defesa não apresentou. A postura de Moraes reforça sua linha dura em processos envolvendo ex-integrantes do governo Bolsonaro, especialmente os acusados de participação na suposta tentativa de golpe.
Pedido de prisão domiciliar depende do novo laudo
O ponto central da discussão é a solicitação da defesa para que o general, de 78 anos, cumpra a prisão em regime domiciliar. Os advogados argumentam que, devido à idade avançada e ao diagnóstico de Alzheimer — caracterizado pela degeneração progressiva das capacidades cognitivas —, Heleno não teria condições de permanecer no Comando Militar do Planalto.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, se posicionou favoravelmente à mudança de regime, reconhecendo que casos de saúde grave justificam tratamento mais humanizado. No entanto, a decisão final está nas mãos de Moraes, que já demonstrou resistência em acatar pedidos antes de avaliar detalhadamente todos os laudos apresentados.
Com o erro na data do diagnóstico, o cenário se tornou ainda mais complicado. A defesa precisa comprovar que a confusão não foi intencional e que o quadro clínico do general é, de fato, compatível com a solicitação de prisão domiciliar.
A defesa enfrenta desgaste e tenta conter danos
Em nota enviada ao STF, os advogados reforçaram:
“Em nenhum momento esta defesa técnica afirmou que o Requerente possuía a doença de Alzheimer desde o ano de 2018. O único local onde esta informação aparece é no laudo de corpo de delito realizado quando do cumprimento do mandado de prisão.”
Matheus Milanez insistiu que a confusão tem origem na própria limitação cognitiva do paciente, que “não tem condições de explanar marcos temporais com precisão”. Assim, teria havido um equívoco involuntário por parte do perito ao preencher o documento.
Contudo, a explicação não dissipou totalmente as desconfianças. Nos bastidores do STF, há receio de que novas inconsistências possam surgir, prejudicando ainda mais a estratégia de defesa.
Pressão política e clima de desconfiança
O caso de Heleno ocorre em um momento em que diversos militares da antiga cúpula bolsonarista enfrentam processos simultâneos no Supremo, o que intensifica o clima político em torno das decisões judiciais. A postura criteriosa — e por vezes rígida — de Moraes se tornou alvo de críticas de aliados do ex-presidente, que apontam perseguição e rigidez excessiva.
Por outro lado, setores favoráveis ao ministro afirmam que ele apenas cumpre a lei e exige a documentação necessária para fundamentar decisões que podem ter impacto duradouro.
No caso específico de Heleno, o erro documental chega em um momento crítico. O STF já estava dividido sobre a possibilidade de conceder a prisão domiciliar, mas a confusão sobre a data do diagnóstico de Alzheimer pode influenciar negativamente a avaliação de parte dos ministros.
Situação se complica
Com a determinação de Moraes para que a defesa apresente novos documentos em cinco dias, o futuro jurídico de Augusto Heleno se torna ainda mais incerto. Se não houver comprovação satisfatória do diagnóstico inicial, o ministro pode rejeitar o pedido de domiciliar — mantendo o general preso no Comando Militar do Planalto.
A correção apresentada, que deveria esclarecer, acabou lançando dúvidas adicionais. Agora, a defesa corre contra o tempo para reunir exames, relatórios e comprovações clínicas capazes de convencer o STF.
O desfecho, que já era complexo, tornou-se ainda mais delicado — e promete novos desdobramentos nos próximos dias.