O ministro Luís Roberto Barroso abriu, nesta quinta-feira (9), a sessão virtual do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do qual é presidente, com um discurso em resposta às manifestações do dia 7 de setembro. Barroso, assim como Alexandre de Moraes foi um dos alvos da insatisfação dos populares que tomaram as ruas do país no Dia da Independência.
Em duro pronunciamento, Barroso afirmou que é “cansativo” ter que “desmentir falsidades”.
– Já começa a ficar cansativo no Brasil ter que repetidamente desmentir falsidades para que não sejamos dominados pela pós-verdade, pelos fatos alternativos, para que a repetição da mentira não crie a impressão de que ela se tornou verdade. É muito triste o ponto a que chegamos – disse, fazendo referência às afirmações do presidente Jair Bolsonaro.
O ministro também afirmou que o Brasil está sofrendo com a “vergonha” e o “desprezo mundial” devido à gestão Bolsonaro que, segundo ele, não tem “compostura”.
– Insulto não é argumento. Ofensa não é coragem. A incivilidade é uma derrota do espírito. A falta de compostura nos envergonha perante o mundo. A marca Brasil sofre neste momento, triste dizer isso, uma desvalorização global. Não é só o real que está desvalorizando. Somos vítima de chacota e de desprezo mundial – comentou o presidente do TSE.
Barroso ainda “adaptou” o versículo bíblico João 8:32, usado por Bolsonaro em seu governo, para acusar o presidente de mentir a seus apoiadores.
– E conhecereis a mentira, e a mentira vos aprisionará – disse o ministro.