Battisti ressurge e aponta cinismo e “declarações falsas de Lula”


Até o terrorista Cesare Battisti se sente a vontade para falar do ‘cinismo’ do ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva.

Preso, prestes a iniciar uma nova greve de fome, Battisti enviou uma carta à mão para um jornalista brasileiro onde diz que "Há muita coisa para esclarecer, outras a desmentir. Inclusive algumas declarações falsas do Lula".

O jornalista Lucas Ferraz fez os contatos com o ex-terrorista e, em texto publicado na Folha, diz o seguinte sobre a história de Battisti:

“A sua história no Brasil deixou marcas na política, no Judiciário e na diplomacia. Três personagens brasileiros deste 2022 tiveram influência decisiva na passagem de Battisti pelo país.

Lula o abrigou no seu último dia no Palácio do Planalto, em dezembro de 2010, argumentando que, caso voltasse ao seu país, poderia sofrer perseguição por 'opinião política'.

O ministro do STF Luís Roberto Barroso foi seu advogado no processo de extradição na corte encerrado em 2010, antes ainda de virar ele próprio um integrante do Supremo.

Bolsonaro, por sua vez, prometeu na campanha eleitoral de 2018 a sua extradição, o que levou o italiano a fugir para Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, onde foi detido e mandado de volta para casa.

(...)

​Battisti atribui a atitude de Lula, assim como o abandono de antigos aliados à esquerda após assumir os crimes, ao clima de 'campanha política' e à necessidade de fazer acenos à direita. Ele diz que Dilma Rousseff fez o mesmo durante o processo de impeachment, embora inexista registro de que isso tenha ocorrido.

Aconselharam Lula a fazer isso se quisesse recuperar parte dos setores que votaram em Bolsonaro, ele não hesitou. Mesmo que para isso tivesse que mentir despudoradamente, dizendo que ele e Tarso Genro [ex-ministro da Justiça do governo Lula] não sabiam de nada.

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