Confronto na CPMI: Presidente dispara contra bolsonarista condenado: 'Desonra para o país'


Empresário condenado por tentativa de atentado no Aeroporto de Brasília opta por permanecer em silêncio durante o depoimento na CPMI

O empresário George Washington de Oliveira, de 54 anos, condenado por uma tentativa de atentado ao Aeroporto Internacional de Brasília, foi convocado para prestar depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do 8/1. No entanto, para surpresa dos presentes, George optou por permanecer em silêncio durante a oitiva.

O presidente do colegiado, Arthur Maia (União-BA), ao se deparar com o silêncio do empresário, não conteve sua indignação e disparou duras palavras: "você envergonha esse país". Maia não poupou críticas a George Washington, enfatizando que sua conduta covarde e desumana tinha como objetivo ceifar a vida de dezenas ou até centenas de brasileiros. O presidente da CPMI também comparou a maneira como George agiu com a forma como os vermes se escondem no esgoto, caracterizando-o como alguém falso e dissimulado.

Durante o depoimento, o deputado ressaltou que George era um criminoso e, portanto, estava sendo convocado como investigado. Ele expressou sua esperança de que a lei seja dura não apenas com George, mas também com os demais envolvidos no ato. O deputado pontuou, de forma enfática, que George envergonha o país, a sociedade brasileira, sua família e a todos.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), questionou se George tinha o direito de se recusar a responder até mesmo perguntas básicas, que não estivessem relacionadas diretamente aos atos investigados. Ela ressaltou a necessidade de compreender se o silêncio seria irrestrito, inclusive para perguntas simples.

No início do depoimento, o condenado se recusou a responder qualquer questionamento. Quando a relatora perguntou sobre a data de sua chegada a Brasília, George imediatamente declarou que permaneceria em silêncio. A defesa do empresário alegou que as perguntas da relatora tinham a intenção de incriminá-lo. De acordo com a advocacia do Senado, George tem o direito de permanecer calado apenas em relação a informações que possam incriminá-lo.

A advogada Rannie Karlla Ramos Lima Monteiro, responsável pela defesa de George Washington, justificou que as perguntas da relatora visavam criar uma situação incriminatória para seu cliente. Ele se recusou a responder sobre os acampamentos em frente ao quartel-general em Brasília e evitou dar detalhes sobre a suposta carta que teria escrito ao então presidente Jair Bolsonaro. Além disso, George não comentou sobre sua viagem do Pará a Brasília, na qual portava um arsenal que foi posteriormente apreendido pela Polícia.

George Washington, atualmente preso no Complexo Penitenciário da Papuda, foi condenado pela tentativa de atentado a bomba no Aeroporto de Brasília, ocorrida na véspera de Natal do ano passado. Sua presença no depoimento foi acompanhada por escolta policial devido à sua condição de detento. A CPMI continua suas investigações em busca de esclarecer os detalhes desse ato criminoso e identificar possíveis cúmplices e financiadores envolvidos.

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