Fidelidade de deputados a Lira se torna obstáculo para Lula e suas ambições políticas


Ausência de líderes em reunião com Lula gera especulações políticas em Brasília


Brasília - Na tarde desta quinta-feira (8/6), a ausência de líderes partidários em uma reunião agendada com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, chamou a atenção dos observadores políticos. Segundo informações apuradas, a falta de líderes para se reunir com Lula foi acertada previamente com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que havia dispensado os deputados de comparecerem à Casa.


A estratégia do presidente da República de buscar os líderes partidários individualmente, na tentativa de quebrar a maioria comandada por Lira, ainda não ganhou tração. Isso ocorre porque o grupo aliado do deputado não pretende jogá-lo para escanteio e alguns não confiam no Partido dos Trabalhadores (PT) para isolar o parlamentar.


Essa semana marcou um fato raro, com líderes partidários apresentando desculpas para não comparecerem a um encontro com o presidente. Essa ausência indica uma nova dinâmica nas relações políticas, em que a maioria dos comandantes dos partidos atende mais ao chefe do Legislativo do que ao chefe do Executivo.


No Senado, uma reviravolta aconteceu em relação ao marco temporal de demarcação das terras indígenas. Um grupo de 23 senadores assinou um pedido de urgência para a votação da proposta no Plenário. O pedido será apresentado hoje, mesma data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) analisará a ação sobre o tema. O pedido baseia-se no artigo 336, inciso III do regimento interno da Casa, que permite a solicitação de urgência quando se pretende incluir em Ordem do Dia uma matéria pendente de parecer. Com a assinatura de vários partidos, negar o provimento se torna mais difícil.


As recentes declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa, também geraram repercussão. Embora ele tenha tentado amenizá-las, muitos consideram sua postura lamentável, o que resultou na histórica reunião do Senado, com a presença de sete ex-governadores do Distrito Federal em uma mesma foto, algo impensável até pouco tempo atrás. Esses eventos fortaleceram a perspectiva de retorno do Arcabouço Fiscal à Câmara dos Deputados, principalmente devido ao Fundo Constitucional do DF.


Apesar dos percalços recentes, Luiz Inácio Lula da Silva não planeja substituir o ministro da Casa Civil. A ideia é direcioná-lo cada vez mais para questões internas do Executivo, a fim de evitar conflitos na Câmara dos Deputados.


A aprovação do plano de trabalho da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro por 18 votos a 12 indica que o governo não enfrentará grandes dificuldades na investigação. No entanto, o grupo liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro deve se preocupar com as possíveis repercussões dessa investigação, especialmente relacionadas ao


 quebra-quebra no centro de Brasília em 12 de dezembro, durante a diplomação de Lula, e à tentativa de explosão de um caminhão de combustível na véspera de Natal. Há especulações de que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, poderá ser convocado mais de uma vez para prestar esclarecimentos.


Esses acontecimentos recentes em Brasília deixam claro que o cenário político está passando por transformações significativas, com disputas estratégicas entre diferentes lideranças e partidos, o que promete impactar o desenrolar dos próximos eventos políticos no país.

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