Deputado quer Lula no inquérito sobre venda de joias de Bolsonaro


Deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) Solicita a Inclusão de Lula no Inquérito sobre Presentes Recebidos

O deputado Rodrigo Valadares, filiado ao partido União Brasil e representante de Sergipe, enviou um ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), em um inquérito que investiga a venda de presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em suas viagens oficiais. O destaque dessa investigação recai sobre um relógio de luxo da marca Piaget, avaliado em R$ 80 mil, que Lula teria recebido em 2005, na França, presente do ex-presidente Jacques Chirac.

O pedido de Valadares se baseia na alegação de que esse relógio Piaget não está incluído na lista de presentes oficiais informados ao Tribunal de Contas da União (TCU), levantando questões sobre a transparência na prestação de contas do ex-presidente Lula em relação aos presentes recebidos durante seu mandato.

Lula, por sua vez, afirmou em uma live produzida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que o relógio foi um presente de Jacques Chirac. Contudo, essa versão diverge das informações disponibilizadas pelo TCU, que lista 568 presentes recebidos por Lula entre os anos de 2003 e 2010, onde o relógio Piaget não se encontra.

Um fato curioso que veio à tona é que o Partido dos Trabalhadores (PT) havia publicado uma foto de Lula usando o relógio em questão durante a comemoração dos 100 anos do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Entretanto, essa foto foi posteriormente apagada do perfil do partido, mas ainda permanece disponível nas redes sociais da presidente da sigla, Gleisi Hoffmann.

Valadares argumenta em seu requerimento que a ausência de informação sobre o relógio Piaget no relatório oficial apresentado ao TCU é semelhante ao caso de Bolsonaro, que também enfrenta uma investigação sobre a venda ilegal de um relógio Rolex, presente do governo da Arábia Saudita, com suspeitas de enriquecimento ilícito.

O inquérito envolvendo Bolsonaro gira em torno da tentativa de comercialização de joias e objetos de luxo por auxiliares do ex-presidente, o que só foi interrompido após o jornal Estadão revelar a tentativa de entrada ilegal desses presentes no Brasil, recebidos em compromissos oficiais da Presidência.

Em uma declaração à imprensa, Valadares enfatizou a importância de uma abordagem imparcial nas investigações: "Nós devemos ter no nosso país uma isonomia, um julgamento justo que não olhe lado partidário nem ideologia política. Se existirem problemas com as joias de Bolsonaro, também deve ser investigado se existem problemas com as que Lula recebeu."

O Estadão procurou o Palácio do Planalto em busca de comentários sobre o pedido do deputado, mas até o momento desta publicação, não obteve retorno.

Esse desenvolvimento promete intensificar o debate sobre a transparência dos presentes recebidos por presidentes e ex-presidentes, destacando a necessidade de uma investigação justa e imparcial que respeite a igualdade perante a lei, independentemente da filiação partidária.

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