Advogado de Cid: “Delator é um covarde que entrega seus companheiros”


Título: Advogado de Cid Critica Delação Premiada e Chama Delator de Covarde em Meio a Escândalo

No cenário político e jurídico do Brasil, uma voz crítica ressurge com firmeza. Cezar Bitencourt, advogado renomado e especialista em delação premiada, levanta questionamentos sobre a ampla e irrestrita utilização desse mecanismo. Em uma série de artigos publicados nos anos de 2017 e 2018, Bitencourt não apenas critica a prática, mas também rotula os delatores como "covardes" e "traidores". Essas declarações ganham ainda mais relevância após a confirmação de um acordo de delação envolvendo o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

Bitencourt, conhecido por sua atuação na defesa de figuras públicas envolvidas em casos complexos, assume a representação de Mauro Cid, lançando luz sobre uma discussão delicada e polêmica: a ética e eficácia da delação premiada. 

Em um dos artigos publicados em 2018 no site Conjur, o advogado faz duras críticas à prática, argumentando que o Estado se vale do "mau-caratismo do delator" e de meios "imorais" da delação sob o pretexto de combater a criminalidade. Ele também expressa descontentamento com a Operação Lava Jato, que fez uso extensivo da delação premiada nos últimos anos. Bitencourt ressalta que não compartilha do entusiasmo exagerado pela figura do "delinquente colaborador", embora respeite seu papel como instrumento de manipulação.

Em outro artigo, datado de 2017, Bitencourt classifica a delação premiada como uma forma de "premiar o traidor", permitindo que um criminoso receba benefícios em troca de denunciar seus comparsas. Ele levanta uma questão ética fundamental, questionando a premiação de alguém que, para obter vantagens, denuncia seus parceiros, com os quais, segundo ele, deve ter tido pelo menos um pacto criminoso e uma relação de confiança.

O advogado também é conhecido por sua postura flexível em relação à coerência, como demonstrado em sua defesa de Cid, que se envolveu em controvérsias sobre a venda de joias presentes de autoridades estrangeiras. Bitencourt afirmou que não tinha "compromisso com a coerência" em relação às versões apresentadas sobre a participação de Cid nesse caso.

Antes de sua representação no caso de Mauro Cid, Bitencourt já havia se destacado por sua atuação na defesa do ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, conhecido como o "homem da mala" e ex-assessor do então presidente Michel Temer.

O debate em torno da delação premiada e sua ética continua a ser um tópico quente e controverso no Brasil. A crítica contundente de Cezar Bitencourt traz à tona questões cruciais sobre o uso desse mecanismo e seu impacto na luta contra a criminalidade organizada ou desorganizada. Com o recente acordo de delação envolvendo Mauro Cid, a discussão sobre a validade e moralidade da delação premiada ganha ainda mais destaque no cenário político e jurídico brasileiro.

Este artigo é apenas um vislumbre das opiniões de Cezar Bitencourt sobre a delação premiada, um tópico de relevância crescente no Brasil, à medida que casos complexos e investigações avançam. Bitencourt, com sua postura crítica, continua a desafiar as normas estabelecidas e a estimular um debate essencial sobre a ética e eficácia desse mecanismo jurídico no sistema de justiça brasileiro.

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