PF intercepta WhatsApp de senador: “Trabalhando para prender Moraes”

 
Polícia Federal Intercepta WhatsApp de Senador: "Trabalhando para Prender Moraes"

Brasília, 05 de setembro de 2023 - A Polícia Federal (PF) surpreendeu o cenário político brasileiro ao interceptar mensagens de WhatsApp de um senador da República, nas quais ele afirmava estar trabalhando ativamente para prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As mensagens foram encontradas no celular do senador Marcos do Val, como parte de uma investigação em curso.

O celular de Marcos do Val foi apreendido como parte de um inquérito do STF que investiga um suposto planejamento de golpe de Estado, envolvendo o senador, o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Com base nas mensagens encontradas no telefone, a PF solicitou a prisão de Do Val a Alexandre de Moraes em junho deste ano.

Em uma mensagem datada de 2 de fevereiro, uma pessoa identificada como "Elmo" enviou uma mensagem a Do Val oferecendo apoio, ao que o senador respondeu: "Estou trabalhando há dois anos para prender Alexandre de Moraes". Esse diálogo revelador foi um dos elementos cruciais na investigação.

Outro ponto de destaque nas mensagens foi a menção ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Do Val relatou em uma conversa com seu pai, Humberto, que havia provocado a imprensa e a sociedade para pedir assinaturas para a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os eventos de 08 de janeiro. Ele também afirmou que a CPMI iria dar início ao impeachment do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em relação a Bolsonaro, Do Val declarou que o presidente estava "muito feliz" e "impressionado" com suas ações. Esse diálogo suscitou debates sobre a possível ligação entre as ações de Do Val e a posição do governo.

O pedido de prisão preventiva de Marcos do Val a Alexandre de Moraes alegou que o senador estava tentando atrapalhar as investigações. O celular apreendido continha mensagens em que Do Val explicava a Sergio Moro e a Eduardo Pazuello como pretendia afastar Moraes do inquérito sobre atos golpistas.

Em relação à Procuradoria-Geral da República (PGR), Do Val mencionou ter um "núcleo duro" na PGR para iniciar ações criminais contra Moraes. No entanto, a PF esclareceu que não encontrou evidências de uma equipe conjunta entre Do Val e a PGR, afirmando que não havia proximidade entre eles nas mensagens.

Essa revelação sobre as mensagens interceptadas abalou o cenário político e levantou questões sobre a relação entre o poder legislativo e o judiciário no Brasil. As investigações continuam e novos desenvolvimentos podem surgir à medida que o caso progride.

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