Ministério da Saúde gasta quase R$ 1 milhão em evento com dança erótica

Brasília, 11 de outubro de 2023 - O Ministério da Saúde enfrenta críticas intensas após revelações de gastos de aproximadamente R$ 973.173,14 na organização do evento "Em Prosa - 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde no Brasil," que ocorreu entre os dias 4 e 6 de outubro de 2023, em Brasília. O evento ficou marcado pela performance de uma dançarina realizando uma dança erótica no centro do palco ao som de uma música de teor explícito, interpretada pela drag queen Aretuza Lovi.


Os gastos consideráveis vieram à tona a partir de documentos internos do Ministério da Saúde obtidos pelo Estadão, causando uma onda de críticas e indignação. Nas redes sociais, grupos de oposição lançaram a hashtag "Viva o CUS" como forma de protesto - em referência à música tocada no evento intitulada "Batcu."


Em resposta às críticas, o Ministério da Saúde divulgou que o cachê do grupo responsável pela apresentação erótica custou R$ 2 mil. A performance envolveu um estilo de dança conhecido como voguing, originário dos EUA e popularizado na década de 80.


O montante próximo a R$ 1 milhão foi pago à GUC Agência de Eventos, sediada no Rio de Janeiro, e incluiu não apenas os custos de performance, mas também hospedagem, alimentação, aluguel de equipamentos, e a contratação de pessoal de apoio, como brigadistas, garçons, e recepcionistas, além das companhias de dança. O evento ocorreu no Centro Internacional de Convenções de Brasília (CICB), um dos maiores da cidade.


O encontro foi realizado em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pelo Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Após a repercussão nas redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou a demissão do diretor de Prevenção e Promoção da Saúde, Andrey Roosewelt Chagas Lemos, que assumiu a autoria dos fatos.


É importante notar que o processo de organização do evento foi notavelmente rápido, com as atividades iniciando no dia 4 de outubro após o processo burocrático que teve início em 14 de setembro. O Ministério da Saúde emitiu uma nota lamentando o incidente e declarou que "não reflete os propósitos do debate sobre a promoção à saúde."


Este episódio tem gerado um debate acalorado sobre os gastos públicos e apropriados dentro do Ministério da Saúde, em meio a um contexto de maior fiscalização e transparência.

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