PF encontra documentos da Abin na residência de Ramagem, diz site


Polícia Federal encontra documentos da Abin na residência de Ramagem


Durante uma operação de busca e apreensão, a Polícia Federal (PF) encontrou documentos relacionados a uma operação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na residência de Alexandre Ramagem, ex-diretor do órgão. Os documentos estavam em posse de Ramagem, que atualmente é deputado federal pelo PL no Rio de Janeiro.


A operação em questão, de acordo com informações do portal Uol, seria realizada em comunidades do Rio de Janeiro e teria sido executada pela Abin, utilizando verba secreta para pagar informantes. Essa ação, conhecida como "Plano de Operações 06/2021", teria sido uma das prioridades de Ramagem durante sua gestão na Abin, apesar de a área de segurança pública não fazer parte das atribuições do órgão.


Os documentos encontrados na residência de Ramagem estavam descaracterizados, sem logotipo ou identificação da Abin, e sem data. A PF pretende questionar a agência para verificar a origem e a data de produção desses documentos.


Ramagem é investigado pela PF sobre o uso da agência em ações clandestinas contra adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essas operações eram executadas por policiais federais próximos a Ramagem, formando uma equipe conhecida como "Abin paralela".


Além das investigações em curso, Ramagem pode enfrentar acusações de infração administrativa por continuar com material da Abin após deixar o cargo, bem como de violação de sigilo profissional, se ficar comprovado que houve vazamento de informações de inteligência da agência para terceiros.


A Abin, em resposta ao caso, ressaltou que pessoas que não exercem mais atribuições funcionais compatíveis com determinado dado não devem mais ter qualquer tipo de tratamento sobre ele, incluindo utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, arquivamento e armazenamento.


A PF está investigando se houve desvio de finalidade na operação da Abin e se policiais federais aliados a Ramagem agiram irregularmente. O valor total empregado na ação se aproxima de R$ 1,5 milhão, uma cifra considerada alta para os padrões da agência em ações de campo.


Este caso levanta preocupações sobre a conduta das agências de inteligência e a necessidade de garantir transparência e responsabilidade em suas operações. A PF continua investigando o assunto para esclarecer as circunstâncias e possíveis irregularidades envolvidas.

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