Reviravolta: Registros da Abin podem ter sido apagados no governo Lula, diz CGU


Reviravolta nas Investigações: Possível Apagamento de Registros da Abin no Governo Lula, Afirma CGU


Em uma coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira, o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Vinícius de Carvalho, surpreendeu ao sugerir que registros relacionados a alegada espionagem ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) podem ter sido apagados durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Carvalho, no entanto, destacou que a tendência aponta para o período da gestão de Jair Bolsonaro (PL).


O ministro não descartou a possibilidade de funcionários da Abin terem descartado as informações já durante a administração de Lula, mas enfatizou a dificuldade em precisar a data exata devido à natureza sigilosa da investigação. Durante uma entrevista à Globonews, Carvalho revelou que a CGU identificou registros de impressão de documentos por parte de servidores da Abin, mas os arquivos impressos não foram localizados nas buscas do governo atual.


Carvalho assegurou que a direção atual da Abin não impôs obstáculos às investigações conduzidas pela CGU, destacando a cooperação entre os órgãos. Nos próximos dias, a CGU terá acesso a cerca de 200 GB de dados vinculados às investigações sobre o governo de Jair Bolsonaro, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.


Entenda o Caso: Alegada Espionagem pela Abin durante o Governo Bolsonaro


A Polícia Federal (PF) está atualmente investigando a alegada espionagem ilegal realizada pela Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem, atual deputado federal e ex-diretor do órgão no governo Bolsonaro. A inteligência teria utilizado o software First Mile para monitorar celulares de jornalistas, autoridades e servidores por vários meses.


Os dados obtidos pela PF indicam que a vigilância ilícita tinha como objetivo fornecer informações que beneficiassem os filhos do então presidente, incluindo Carlos Bolsonaro. Relatórios teriam sido encaminhados para as defesas de Flávio e Jair Renan Bolsonaro, ambos alvos de investigações judiciais.


A gravidade das alegações levou à determinação do ministro Alexandre de Moraes para que a CGU tenha acesso a uma extensa quantidade de dados vinculados às investigações. Este desenvolvimento representa um passo crucial para entender a extensão das atividades da Abin durante o governo Bolsonaro e as possíveis implicações legais para os envolvidos.


Reações e Próximos Passos


Diante das revelações do ministro Vinícius de Carvalho, as reações políticas foram imediatas. O Partido dos Trabalhadores (PT) defendeu a transparência nas investigações, destacando a importância de esclarecer os eventos ocorridos durante a gestão de Lula. Por outro lado, membros do Partido Liberal (PL) expressaram preocupação com a possibilidade de manipulação política das informações.


Nos próximos dias, espera-se que a CGU analise detalhadamente os dados obtidos e esclareça a cronologia dos eventos. A PF, por sua vez, continuará suas investigações sobre a suposta espionagem ilegal pela Abin, visando identificar os responsáveis e esclarecer as motivações por trás dessas atividades.


Em um cenário político já polarizado, essas revelações trazem uma nova complexidade ao debate público. A sociedade aguarda respostas claras e objetivas sobre as alegações de espionagem, enquanto a CGU e a PF desempenham papéis fundamentais na busca pela verdade neste capítulo controverso da política brasileira.

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