AGORA: MPF pede a cassação de Claudio Castro, seu vice e presidente da Alerj

Hoje, o Ministério Público Federal (MPF) fez uma solicitação histórica, marcando um ponto crucial na política do Rio de Janeiro. O governador Cláudio Castro (PL), o vice-governador Thiago Pampolha (MDB) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), estão sob o escrutínio do MPF por abuso de poder político e econômico, além de conduta vedada ao agente público.


As investigações remontam a 2022, quando surgiram suspeitas de que a estrutura do estado foi usada para contratar cabos eleitorais como servidores temporários, um caso que ficou conhecido como a "folha de pagamento secreta" da Fundação Ceperj. A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) também foi envolvida nas investigações.


Além dos principais nomes políticos, outros seis aliados do governador também estão na mira do MPF, incluindo deputados federais e estaduais, assim como secretários e ex-secretários do governo. O MPF solicitou a cassação de seus mandatos e pediu inelegibilidade por oito anos, além de multa, com exceção do vice-governador, cuja participação nas condutas ilícitas não foi considerada presumível.


A decisão do MPF surge após um apelo por maior celeridade no processo feito pelo desembargador Peterson Barroso Simão há uma semana. As defesas têm até 10 de maio para se manifestar, e o Tribunal Regional Eleitoral do Rio deve agendar o julgamento em seguida. Se o TRE decidir pela cassação dos mandatos, ainda haverá a possibilidade de recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


As acusações são graves, incluindo a utilização das máquinas da Ceperj e da Uerj para contratar milhares de pessoas temporariamente, que recebiam pagamentos via saques na boca do caixa, especialmente durante o período eleitoral. O MPF estima que mais de 900 milhões de reais em contratos temporários entre Ceperj e Uerj foram destinados a apoiadores políticos, que atuavam como "cabos eleitorais disfarçados de servidores públicos temporários".


Essas revelações lançam uma sombra sobre o cenário político do Rio de Janeiro, evidenciando possíveis práticas corruptas e o abuso da máquina estatal em benefício próprio. A decisão do MPF é um passo importante no caminho da justiça e da transparência, mas o desenrolar dos acontecimentos nas próximas semanas será decisivo para o futuro político do estado.

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