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 A investigação do atentado já havia sido encerrada duas vezes anteriormente pela PF, concluindo que não havia mandantes envolvidos. A última conclusão ocorreu em 2020. No entanto, o caso foi reaberto no final de 2021, após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, com sede em Brasília, permitir o acesso ao telefone celular de um dos advogados que se apresentou para defender Adélio logo após o crime.

Pelo menos um desses advogados possuía vínculos com o PCC, e foi exatamente isso que Bolsonaro esperava que a PF explorasse amplamente. No entanto, como a estratégia não obteve sucesso, a conclusão da investigação ficou a cargo da nova direção da corporação, já sob o governo de Lula. Um detalhe curioso é que o delegado responsável pelas duas primeiras fases do inquérito, que concluiu que Adélio agiu sozinho, passou a ocupar um dos cargos mais influentes e sensíveis na hierarquia interna da PF. Rodrigo Morais Fernandes tornou-se diretor da Diretoria de Inteligência Policial (DIP), exatamente onde o caso estava sendo conduzido.

No decorrer deste ano, a investigação passou por um processo de revisão minuciosa para eliminar qualquer tentativa de conexão forçada entre o atentado e o PCC. Após analisar os arquivos do celular do advogado de Adélio, a conclusão foi de que, embora ele tivesse clientes ligados à facção criminosa, em nenhum momento essa relação teve qualquer vínculo com a tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, em setembro de 2018.

Com base nesses fatos, a Polícia Federal reiterará sua conclusão de que Adélio agiu sozinho, sem a participação de cúmplices ou mandantes, e que o atentado não foi planejado ou patrocinado pelo PCC, apesar do desejo de Bolsonaro. Essa informação põe fim a especulações e conspirações em torno do caso, trazendo um esclarecimento definitivo sobre o atentado que marcou a campanha eleitoral de 2018.