Globo é condenada a pagar indenização por reportagem com gravíssimo 'fake news'


A matéria do colunista do UOL, Rogério Gentile, narra com detalhes como a Globo produziu um ‘fake news’ vergonhoso e quase acabou com a reputação e colocou em risco a vida de um comerciante, após criar uma falsa narrativa levada ao ar no jornal Bom Dia São Paulo, em 2016.

“Em março de 2016, o programa exibiu uma reportagem segundo a qual um comerciante havia atirado em um motorista que estava disputando um racha e bateu com o automóvel em sua loja de pneus.” diz o texto, e segue… confira abaixo:

O comerciante, no entanto, provou à Justiça que nem mesmo estava no estabelecimento no momento dos fatos. Ele estava jogando futebol com amigos.

No processo aberto contra a emissora, ele afirmou à Justiça que, depois da reportagem "mentirosa", seus clientes sumiram e a loja passou a ficar sempre vazia, "sem falar na tristeza de ser apontado como atirador".

"O que houve foi um absurdo, a repórter não pestanejou em acusar o autor [do processo] de forma dura e contundente, sem ter a preocupação de apurar a verdade real dos fatos", disse à Justiça o advogado Agnaldo Dias Almeida, que o representa.

A Globo se defendeu argumentando à Justiça que em nenhum momento exibiu o nome do comerciante ou a sua imagem, assim como não identificou o estabelecimento.

Disse que a informação sobre a autoria do disparo havia sido passada por parentes do motorista e que atualizou posteriormente a reportagem, registrando que a própria vítima do disparo disse à polícia que o responsável pelo tiro era "um homem de bicicleta".

"Foram expostas todas as versões apresentadas. Ao final, foi confirmado expressamente que o dono da loja não teve nada a ver com o incidente", afirmou a Globo.

A emissora foi condenada em todas as instâncias e não pode mais recorrer, uma vez que o processo transitou em julgado. Pode apenas questionar o cálculo da atualização dos valores, considerando juros e correção monetária.

"Não há como negar a conduta inadequada do agente [Globo], publicando informações falsas sobre o autor [do processo] sem ao menos verificar a veracidade das informações obtidas", declarou na decisão a desembargadora Sílvia Espósito Martinez.

A ordem de pagamento foi dada pelo juiz Cláudio Salvetti D'Angelo no dia 3 de maio.

E assim, a Globo é pega naquilo que gosta acusar os outros de fazerem.

Considerando a gravidade dos fatos apontados, esses R$ 15 mil, mesmo com juros e correção, saiu barato.

Postagem Anterior Próxima Postagem