Ministro do STJ, Benedito Gonçalves, já foi citado em delação da Lava Jato


O Ministro Benedito Gonçalves, membro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), cuja relatoria resultou na perda do mandato do Deputado Deltan Dallagnol (Podemos), já foi alvo de delação no âmbito da Operação Lava Jato, conforme noticiado pelo jornal Folha de S. Paulo. Gonçalves, cujas ligações com Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, o colocaram sob a lupa da operação – a mesma que Dallagnol coordenava – tem um histórico complexo.

A Folha relata que, mesmo antes da homologação da delação de Pinheiro em 2019, já havia uma investigação aberta sobre o ministro. No entanto, a Procuradora-Geral da República na época, Raquel Dodge, pediu o arquivamento do caso devido à extinção da punibilidade e prescrição. Gonçalves também enfrentou uma solicitação de providências no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em 2015, que também foi arquivada no ano seguinte.

Segundo a delação de Pinheiro, ele conheceu Gonçalves em 2013, e os dois se reuniram para discutir litígios judiciais relacionados à OAS no STJ. Pinheiro também alegou que Gonçalves julgou a favor da OAS em duas ações até o início de 2014 e pediu apoio em sua corrida para uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF).

Conforme alegado pelo ex-presidente da OAS, Gonçalves solicitou seu “empenho e dedicação” a esse “projeto” e pediu que ele entrasse em contato com políticos próximos a ele. O relato de Pinheiro inclui ainda que a construtora contratou os serviços de um cartório onde o filho do ministro trabalhava no Rio de Janeiro, pagando entre R$ 5.000 e R$ 7.000 por mês. Ainda assim, não surgiram acusações públicas formais contra Gonçalves como resultado das investigações da Lava Jato.

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