Bolsonaro não confiava no Alto Comando do Exército para "dar a ordem", diz Mauro Cid

 Ministro Alexandre de Moraes determina a divulgação do relatório da PF: Celular de ex-ajudante de ordens de Bolsonaro revela preocupações sobre intervenção militar

Neste sábado (17), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a retirada do sigilo do relatório da Polícia Federal que analisou o conteúdo do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A liberação do conteúdo encontrado no celular trouxe à tona informações preocupantes sobre a existência de um grupo de militares que considerava necessário que as Forças Armadas assumissem o controle do país para evitar a posse do ex-presidente Lula.

O relatório revela as respostas de Mauro Cid a um coronel do Exército ainda na ativa, deixando claro que o presidente Bolsonaro não tinha controle sobre o Alto Comando do Exército Brasileiro. Quando pressionado a convencer Bolsonaro a emitir uma ordem para uma intervenção militar ou outra ação contundente por parte do Exército, Mauro Cid respondeu que não poderia dar a ordem porque não confiava no Alto Comando do Exército.

O coronel, ao se comunicar com Cid, afirmou que se os oficiais generais do Alto Comando não cumprissem a ordem de Bolsonaro, haveria uma quebra de confiança que poderia resultar no fim do Exército. Essa mensagem indica que a cúpula do Exército poderia se recusar a cumprir uma ordem do presidente, o comandante em chefe, o que poderia levar à insubordinação.

Em outra mensagem, o coronel Lawand afirmou que encontrou o general Rosty e ficou convencido de que se Bolsonaro desse a ordem, o Exército cumpriria prontamente. No entanto, ele ressalta que o Exército não tomaria a iniciativa por conta própria, pois isso seria interpretado como um golpe. Portanto, a decisão estaria nas mãos do presidente.

continue lendo

Postagem Anterior Próxima Postagem