Mourão nega temor de golpe de Bolsonaro, mas testemunha surpreende com revelações


O senador Hamilton Mourão, membro do partido Republicanos do Rio Grande do Sul, recentemente negou veementemente ter expressado qualquer temor em relação a um possível golpe de Estado por parte do presidente Jair Bolsonaro. Essa informação foi inicialmente noticiada por Michael Stott, Michael Pooler e Bryan Harris no Financial Times. No entanto, a história toma um novo rumo, uma vez que a conversa entre Mourão e o ex-embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, foi presenciada por uma terceira pessoa.

Em resposta à polêmica, Mourão afirmou que Shannon "viajou na maionese" em sua entrevista ao jornal britânico. O senador ressaltou que não teve uma conversa isolada com o ex-embaixador e que as perguntas feitas por Shannon durante uma reunião com investidores em Nova York, em julho do ano passado, foram sobre a situação política no Brasil. Mourão negou categoricamente ter expressado preocupação com um possível golpe

Porém, Shannon deu uma versão diferente dos acontecimentos. Ele relatou que teve uma conversa com Mourão no elevador, logo após um jantar privado com investidores. Segundo Shannon, ao perceber que a porta estava se fechando, ele expressou suas preocupações ao senador: "Você sabe que sua visita aqui é muito importante. Você ouviu as preocupações das pessoas que estavam à mesa. E eu compartilho dessas preocupações. Para ser franco, eu estou muito preocupado [com um golpe]." Shannon afirmou que Mourão virou-se para ele e disse: "Eu também estou preocupado."

A testemunha-chave nessa situação é Susan Segal, CEO e presidente da America Society/Council of the Americas, que também estava no elevador. Quando questionada sobre o ocorrido, Segal confirmou que Mourão de fato expressou sua preocupação com relação a um golpe. Essa confirmação adiciona um novo elemento à controvérsia em torno das declarações de Mourão.

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