URGENTE: Dino entrega a Lira relatório da PF em “mãos” após jantar


Ministro da Justiça, Flávio Dino, e presidente da Câmara, Arthur Lira, se reúnem para discutir ação da Polícia Federal


O Ministro da Justiça, Flávio Dino, realizou uma reunião na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para tratar da recente ação da Polícia Federal que teve como alvo Luciano Cavalcante, ex-assessor de Lira e atual membro da liderança do Partido Progressista (PP). Lira buscou esclarecimentos sobre a operação e o motivo pelo qual seus aliados foram alvos de busca, especialmente em um momento de tensões entre ele e o governo.


Lira apresentou cópias de mensagens da Polícia Federal que dizem respeito à operação sigilosa, levantando suspeitas de uma possível manobra política orquestrada pelo Palácio do Planalto. Diante disso, ele exige uma investigação sobre o que considera um "vazamento" ilegal de informações.


Durante a reunião realizada no dia 1º de julho, Dino esclareceu a Lira que a investigação da Polícia Federal, que tem como foco a apuração de desvio de fundos destinados à aquisição de kits escolares de robótica em Alagoas, teve início antes do mandato do presidente Lula. Essa investigação também envolve o ex-assessor de Lira e outros aliados. O Ministro da Justiça ressaltou que não tem controle sobre o cronograma das operações da Polícia Federal.


A ação da Polícia Federal resultou na descoberta de R$ 4,4 milhões em dinheiro vivo em Maceió. Lira se defendeu, afirmando que cada um é responsável por seus próprios atos.


Lira demonstrou irritação, destacando que o governo agora terá que se sustentar após a aprovação da Medida Provisória (MP) de reestruturação dos ministérios. O presidente da Câmara tem criticado repetidamente a falta de articulação política do Executivo e acredita que está sendo enganado pelos ministros do presidente Lula, que não estão compartilhando a execução do Orçamento.


Na prática, Lira tem enfrentado conflitos com o governo. Em abril, Dino vetou a indicação de Lira para uma vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Lira desejava que o juiz João Carlos Mayer Soares ocupasse o cargo, mas Dino argumentou que Soares possuía laços estreitos com o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, acusado de incitar ataques golpistas em 8 de janeiro.


Além disso, o Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para a próxima terça-feira, 6 de julho, o julgamento de um recurso de Lira contra uma acusação da Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. O processo pode torná-lo réu e envolve a acusação de receber propina no valor de R$ 106 mil do ex-presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo. O dinheiro foi apreendido com um ex-assessor de Lira, que nega qualquer envolvimento com a quantia.


Esses acontecimentos colocam Lira em uma posição delicada, com diversos desafios políticos e jurídicos pela frente. O desenrolar dos eventos nas esferas política e judicial será acompanhado atentamente, uma vez que podem ter impactos significativos no cenário político do país.

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