PF cobra R$ 87,5 mil de Anderson Torres por salários recebidos durante prisão

Ex-ministro de Bolsonaro é notificado a devolver mais de R$ 87 mil aos cofres públicos

A Polícia Federal (PF) notificou o ex-ministro Anderson Torres, que ocupava cargo no governo de Jair Bolsonaro (PL), a devolver o montante de R$ 87.560,67, referente ao salário que recebeu enquanto esteve preso. Torres permaneceu encarcerado por 117 dias em um batalhão da Polícia Militar em Brasília, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) em decorrência das investigações relacionadas aos atos de 8 de janeiro.

A PF fundamenta seu pedido de devolução com base em um normativo do Ministério do Planejamento que estabelece a suspensão da remuneração de servidores públicos presos preventivamente. Anderson Torres é delegado da Polícia Federal, o que o caracteriza como servidor público, e, portanto, estaria sujeito a essa regra durante o período em que esteve detido.

O advogado de defesa de Torres, Eumar Novacki, anunciou que recorrerá da decisão da PF, embasando-se no entendimento do STF sobre o caso. Segundo o advogado, o Supremo já estabeleceu que, no período de prisão preventiva, não é permitida a suspensão ou a cobrança da remuneração recebida pelo servidor público.

O colunista do Metrópoles, Igor Gadelha, havia informado sobre a intenção da PF de cobrar as quantias recebidas por Anderson Torres enquanto esteve na prisão em uma reportagem publicada em 16 de julho. Além do pedido de devolução salarial, o ex-ministro enfrenta também um processo administrativo interno na PF, que pode resultar em sua expulsão da corporação.

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