Moraes critica qualidade da droga no Brasil: “Pior do mundo”

Ministro do STF Critica Qualidade das Drogas no Brasil e Defende Descriminalização do Porte de Maconha

Em um momento que gerou intensos debates sobre políticas de drogas no Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, fez uma crítica contundente à qualidade da cocaína e da maconha produzidas no país. Essas declarações foram feitas durante seu voto a favor da descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal.

Durante seu discurso, Moraes expressou sua preocupação com o estado atual das drogas no Brasil. "Lamentavelmente, um mercado consumidor da droga de menor qualidade do mundo", afirmou o magistrado, referindo-se especificamente ao cenário brasileiro.

O ministro, conhecido por suas posições assertivas, sugeriu que os usuários de drogas em países europeus enfrentam riscos menores em comparação com os viciados no Brasil. Ele argumentou que quando um brasileiro consome drogas no exterior, o risco de overdose é mais alto. Isso ocorre porque o indivíduo acaba consumindo a mesma quantidade da droga que utiliza no Brasil. No entanto, a droga produzida no exterior é considerada mais "pura", ao passo que no Brasil, as substâncias são frequentemente "batizadas" com outros componentes.

"No Brasil, a droga é a mais batizada que existe no mundo, seja maconha, seja cocaína. É droga de menor qualidade", apontou Moraes, destacando o problema do nível de pureza das substâncias consumidas no país.

Moraes também ressaltou que o Brasil é o maior consumidor de maconha e o segundo maior consumidor de cocaína, o que intensifica ainda mais os riscos associados ao consumo de substâncias de qualidade duvidosa.

"Nossos cidadãos estão expostos a riscos ainda maiores, não apenas devido à quantidade e ao tipo de droga consumida, mas também devido à qualidade questionável das substâncias que circulam em nosso mercado", enfatizou o ministro.

Na sequência de seu voto, Moraes propôs uma mudança significativa na abordagem do porte de maconha para consumo pessoal. De acordo com sua proposta, seria considerado usuário aquele que portar entre 25 a 60 gramas de maconha ou seis plantas fêmeas de cannabis.

O julgamento sobre o porte de drogas foi retomado no dia 2 de agosto com o voto de Moraes. O ministro havia pedido vista do processo em 2015, o que resultou na suspensão do julgamento por um período de análise mais extenso.

As declarações e o voto do ministro geraram reações divergentes em diversos setores da sociedade. Defensores da descriminalização destacaram a necessidade de repensar as políticas de drogas no Brasil, argumentando que a abordagem punitiva não tem surtido os efeitos desejados. Por outro lado, críticos afirmaram que a flexibilização das leis de drogas poderia resultar em um aumento no consumo e nos problemas associados a ele.

O debate sobre a descriminalização do porte de drogas continuará a ser um tópico de discussão aberto, com implicações que vão além das esferas legais, afetando a saúde pública, a segurança e as políticas sociais do país. O posicionamento do STF nesse assunto crucial pode moldar o curso das abordagens futuras em relação ao consumo de drogas no Brasil.

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