Prefeitos do Nordeste organizam paralização contra Governo Lula por cortes no Fundo de Participação dos Municípios

Municípios Brasileiros Protestam Contra a Diminuição dos Repasses do FPM em Manifestação Nacional

Nesta quarta-feira (30), diversos municípios de várias regiões do Brasil planejam interromper suas atividades em um protesto que visa chamar a atenção para a redução dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Essa ação de protesto tem como alvo tanto o Governo Lula quanto o Congresso Nacional e ocorre em um momento crítico em que muitas cidades enfrentam desafios financeiros crescentes.

No estado do Maranhão, a adesão à paralisação foi unânime, de acordo com a Federação dos Municípios (FAMEM). Ivo Rezende, presidente da federação, enfatiza a gravidade da situação: "Estamos em um momento crítico, com os municípios prejudicados pela redução dos repasses do FPM. Esses recursos são vitais para áreas como saúde, educação e infraestrutura."

Os números de agosto de 2023 confirmam a crise: houve uma queda significativa de 19,91% nos repasses do FPM em relação ao mesmo mês de 2022. O especialista em orçamento, Cesar Lima, interpreta essa queda como sazonal e acredita em uma recuperação em breve, dada a atual tendência econômica.

Municípios nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraná também intensificam sua mobilização. Junior Castro, da Associação dos Municípios do Ceará, destaca a urgência de ajuda financeira: "Muitos municípios estão enfrentando uma situação complicada, com riscos de atraso no pagamento dos servidores." Luciano Santos, da Femurn, reforça que essa é uma luta que envolve todos os potiguares.

A mobilização não se limita apenas ao Nordeste, pois municípios das regiões Sul e Norte do Brasil também participam ativamente. Edimar Santos, da Associação dos Municípios do Paraná (AMP), enfatiza a importância de estabilizar as finanças municipais para garantir um melhor atendimento à população. Diogo Borges, da Associação Tocantinense de Municípios (ATM), aponta desafios adicionais, como o aumento nos pisos salariais, que pressionam ainda mais as finanças municipais.

O Fundo de Participação dos Municípios (FPM), proveniente da arrecadação de Imposto de Renda e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), desempenha um papel crucial para muitas cidades brasileiras. Ivana Bertolini, prefeita de Pederneiras, São Paulo, destaca a importância do FPM: "Não conseguimos sobreviver sem o FPM. É uma garantia de que esses recursos vão ser disponibilizados."

Dados da Confederação Nacional de Municípios indicam que 51% dos municípios brasileiros estão enfrentando dificuldades financeiras. Além da queda nos repasses do FPM, preocupações adicionais incluem emendas parlamentares represadas e atrasos nos royalties provenientes de minérios e petróleo.

O protesto nacional dos municípios é uma tentativa de sensibilizar as autoridades federais e buscar soluções para a crise financeira que afeta muitas cidades em todo o Brasil. A redução dos repasses do FPM, aliada a outros desafios econômicos, coloca pressão adicional sobre as administrações locais, tornando essencial a busca por medidas para garantir a estabilidade financeira e a prestação de serviços públicos de qualidade à população.

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