Torres diz à CPMI do 8 de janeiro que minuta é ‘aberração jurídica’


Ex-Ministro da Justiça Anderson Torres Depõe na CPMI dos Atos de 8 de Janeiro

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres compareceu perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro nesta terça-feira (8), trazendo à tona novas revelações sobre a minuta polêmica que foi apreendida em sua residência pela Polícia Federal no dia 10 de janeiro deste ano. Torres abordou a questão com firmeza, classificando o documento como uma "aberração jurídica" e ressaltando que seu destino não foi determinado por mero "descuido".

"A polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma minuta absurda. Minuta do golpe é verdadeira aberração jurídica e não foi ao lixo por descuido", afirmou Torres durante seu depoimento.

Embora o ex-ministro tenha afirmado não se lembrar da origem precisa da minuta e desconheça as circunstâncias de sua produção, ele sustentou que era comum para ele levar documentos do Ministério da Justiça para leitura em casa devido à sobrecarga de trabalho. Ele enfatizou que materiais relevantes eram devolvidos à pasta, enquanto informações não pertinentes eram descartadas.

A presença de Anderson Torres na CPMI é um ponto culminante de uma série de investigações sobre os acontecimentos de 8 de janeiro, quando manifestantes romperam barreiras de proteção e promoveram atos de vandalismo em locais emblemáticos de Brasília. Como ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na época, Torres se tornou uma figura central nas investigações sobre supostas articulações políticas por trás da tentativa de golpe.

A visita de Torres à CPMI ocorreu após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidir que ele seria ouvido como testemunha. No entanto, Moraes assegurou o direito de Torres de permanecer em silêncio em relação a perguntas que possam incriminá-lo, garantindo-lhe uma posição semelhante à concedida ao ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, que permaneceu em silêncio absoluto durante seu depoimento anterior.

Além disso, a decisão de Moraes também proibiu Torres de manter contato pessoal com os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES), ambos alvos de investigações relacionadas à atuação do ex-ministro da Justiça.

Recentemente, veio à tona um relatório da Polícia Civil do Distrito Federal que analisou a movimentação financeira de Torres e outros envolvidos. O documento revelou que o ex-ministro transferiu quantias significativas para membros de sua família e também para um empresário associado a uma empresa com contratos governamentais. A defesa de Torres justificou essas transações como despesas legítimas, incluindo a compra de passagens aéreas.

A relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), ressaltou a importância das respostas detalhadas de Torres sobre a minuta e os eventos de 8 de janeiro. Ela destacou que a comissão espera transparência e verdade nas respostas do ex-ministro.

A presença de Anderson Torres na CPMI dos atos de 8 de janeiro continua a atrair a atenção do público e da mídia, revelando mais detalhes sobre os acontecimentos que abalaram o cenário político brasileiro no início deste ano.

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