Estadão avalia que o “presidente Lula flerta com o desastre”


Jornal O Estado de S.Paulo Critica a Agenda do Presidente Lula em Editorial

Em um editorial publicado no sábado, O Estado de S.Paulo expressou insatisfação com a governança do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmando que ele está "flertando com o desastre" ao tentar "reescrever a história da passagem do PT pelo poder" no atual mandato. O jornal argumenta que Lula venceu a eleição com uma margem estreita sob a bandeira de uma "frente ampla", e não para impor a agenda do PT de intervenção estatal.

Intitulado "Não Foi Essa a Agenda que Venceu a Eleição", o editorial destaca os esforços do governo para pressionar a Vale a aceitar Guido Mantega como presidente da empresa e para reabilitar a imagem do ex-ministro, manchada por escândalos de corrupção.

O editorial argumenta que Lula acredita ter conquistado seu terceiro mandato não para "defender a democracia", como propagandeou durante a campanha, mas para promover a agenda petista de intervenção estatal. O jornal critica a ofensiva lulopetista sobre a Vale, afirmando que seria inadequada mesmo se fosse uma iniciativa isolada, mas parece estar alinhada à visão fantasiosa de que o Brasil elegeu Lula para reverter o progresso limitado que o país fez na regulamentação do apetite estatal.

O Estadão também cita a tentativa do governo de retomar posições no Conselho de Administração da Eletrobras, investir na malfadada Refinaria Abreu e Lima e "retomar políticas fracassadas marcadas pela mão pesada do Estado".

"Está claro que a única preocupação no horizonte de Lula é com as eleições. De olho na corrida municipal, o presidente corre para recriar bandeiras ideológicas que impulsionem os candidatos a prefeito do PT e de partidos aliados. Ele vê nisso um caminho para ampliar as redes de apoio regional e fortalecer sua própria candidatura à reeleição em 2026, além de ampliar a base aliada no Congresso", acrescenta o editorial.

O jornal lembra ao presidente que ele conquistou seu mandato na "eleição mais acirrada da história", com uma diferença de menos de dois pontos percentuais. Ressalta que essa vitória só foi possível devido ao discurso de "frente ampla" e "defesa da democracia".

"O tom conciliador que Lula adotou logo após ser eleito começa a dar lugar a um revisionismo histórico que nega os equívocos que permearam a malfadada 'Nova Matriz Econômica'. A nova política industrial recentemente apresentada, por exemplo, é um compilado de ideias ultrapassadas que causaram inúmeros prejuízos durante a obscura era petista", avalia o editorial.

O texto conclui afirmando que Lula deseja convencer o país de que os desastres resultantes da era petista nunca aconteceram.

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