Cantanhêde dá escancarada "passada de pano" em Lula


A abordagem da mídia brasileira em relação aos comentários recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tornou-se alvo de debate, ressuscitando comparações com reações anteriores a declarações controversas de figuras políticas. Lula, durante um evento automotivo, fez observações interpretadas por alguns como 'preconceituosas' e 'racistas', gerando controvérsias sobre o tratamento dado pela imprensa.


A polêmica ganhou destaque quando Lula fez comentários iniciais sobre uma mulher afrodescendente presente no evento, insinuando que ela estaria lá para "batucar" ou como "namorada de alguém". Posteriormente, ao elogiar a mulher, foi revelado que ela era uma funcionária destacada da Volkswagen, levantando questões sobre estereótipos e preconceito.


Em contraste com reações anteriores da mídia, especialmente da Globo, a resposta à fala de Lula tem sido descrita como mais contida. Uma comparação notável é feita com a reação do âncora William Bonner em 2020 às palavras do então presidente Jair Bolsonaro sobre uma mulher oriental, quando a imprensa reagiu de forma mais veemente.


A jornalista Eliane Cantanhêde, da GloboNews, comentou sobre as declarações de Lula, caracterizando-as como um 'deslize' e um ato de 'populismo barato'. Ela também mencionou que Lula teria feito uma 'gracinha', abordando o episódio de uma maneira mais leve.


A reação mais contida da Globo às falas de Lula foi classificada como a maior "passada de pano" que o Brasil já viu por alguns críticos. A expressão "passada de pano" é usada para descrever uma atitude de minimizar ou desculpar as ações de alguém, neste caso, referindo-se à suposta suavização da mídia em relação aos comentários controversos do ex-presidente.


O debate em torno da postura da mídia reacende discussões sobre imparcialidade, responsabilidade e consistência na cobertura jornalística. Enquanto alguns defendem que a abordagem mais contida reflete uma análise equilibrada, outros argumentam que isso revela um tratamento desigual em relação a diferentes figuras políticas. O episódio destaca a importância da mídia no escrutínio de líderes políticos e levanta questões sobre a objetividade e a ética na cobertura de eventos políticos sensíveis.


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