Militares na mira da PF: O que diz o comandante da Aeronáutica


Comandante da Aeronáutica Defende Investigação Completa sobre Militares Suspeitos e Reforça Compromisso com a Lei


O Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Aeronáutica, posicionou-se firmemente em uma entrevista concedida ao jornal O Globo, defendendo uma "investigação completa" sobre militares suspeitos de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe no país. Damasceno enfatizou que, caso seja comprovada a participação de membros de sua tropa, haverá punição, assegurando o cumprimento dos códigos disciplinares da instituição.


"Qualquer coisa que fira nossos diplomas disciplinares será punida", afirmou Damasceno, reforçando o compromisso da Aeronáutica com a aplicação rigorosa das normas internas. O comandante ressaltou a importância de uma investigação completa, garantindo a ampla defesa e o contraditório a todos os envolvidos, seguindo o devido processo legal estabelecido pelo ordenamento jurídico vigente.


Além disso, Damasceno esclareceu que não teve conhecimento sobre a reunião no governo anterior para discutir atos antidemocráticos e que a posição do Alto Comando da Aeronáutica sempre foi de neutralidade em relação ao governo Bolsonaro. Ele afirmou não ter sido informado pela Justiça sobre a participação de militares da FAB da ativa nos eventos ocorridos em 8 de janeiro.


Durante a entrevista, o comandante da FAB abordou também a relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, destacando uma convivência urbana e uma preocupação mútua com questões relacionadas ao reaparelhamento das Forças Armadas. Damasceno ressaltou a paixão de Lula pela agenda de Defesa, especialmente em projetos como o desenvolvimento de turbinas de aeronaves, evidenciando uma postura colaborativa entre as partes.


Quanto à participação de militares da reserva em atividades políticas, Damasceno defendeu que, caso desejem se candidatar, estes devem se retirar da ativa. No entanto, apoiou a possibilidade de assumirem funções no Executivo, desde que sem cargos eletivos, com concursos abertos e sem restrições específicas para mulheres.


A posição do comandante da Aeronáutica reflete não apenas um compromisso com a transparência e a legalidade, mas também uma busca por uma atuação coerente e responsável das Forças Armadas em meio aos desafios políticos e institucionais enfrentados pelo país. A declaração de Damasceno marca um importante posicionamento das lideranças militares, reforçando a importância do respeito às instituições democráticas e ao Estado de Direito.

Postagem Anterior Próxima Postagem