Lava Jato planejava "aniquilar" a J&F em acordo de leniência


Em uma reviravolta surpreendente, conversas inéditas da Operação Spoofing, obtidas através de um ataque hacker, lançam luz sobre planos secretos dentro da Lava Jato para "destruir" a J&F em um acordo de leniência. Os diálogos, datados de maio de 2017 e revelados pelo jornalista Isadora Teixeira, revelam uma série de preocupações e estratégias discutidas por procuradores da força-tarefa.


Após a delação dos irmãos Wesley e Joesley Batista, proprietários da J&F, ter sido fechada com a Procuradoria-Geral da República (PGR), surgiram temores dentro da Lava Jato sobre a percepção de "impunidade" que isso poderia gerar. Os procuradores expressaram críticas à reação da PGR em relação à repercussão negativa da delação, levantando a necessidade de "compensar" com uma leniência mais severa.


Embora o caso não estivesse sob a competência da força-tarefa no Paraná, membros da Lava Jato discutiram ativamente formas de aplicar uma multa significativa à J&F como forma de "neutralizar" a situação. O acordo de leniência, finalizado em 5 de junho de 2017, estipulou uma multa histórica de R$ 10,3 bilhões à empresa.


O ex-procurador da República Deltan Dallagnol, em uma das mensagens vazadas, expressou a urgência de "neutralizar" a situação, destacando a necessidade de esclarecer a postura dos Batistas, que estavam nos EUA "rindo da nossa cara". Dallagnol também criticou publicamente a nota divulgada pela PGR sobre a delação, descrevendo-a como "péssima" e destacando a importância de um pronunciamento oficial para conter os danos.


A situação revela um ambiente de tensão e descontentamento dentro da Lava Jato, com procuradores preocupados com a repercussão pública de suas ações e buscando maneiras de preservar a imagem da operação. A revelação dessas conversas pode ter sérias implicações não apenas para os envolvidos, mas também para a credibilidade e legitimidade da Lava Jato como um todo.


Enquanto isso, a J&F enfrenta um escrutínio renovado sobre suas práticas empresariais, com a multa bilionária servindo como um lembrete contundente das consequências de suas ações. O desenrolar dessa história promete continuar atraindo atenção e levantando questões sobre ética, justiça e transparência no sistema judicial brasileiro.


À medida que mais detalhes emergem e o escândalo se desenrola, resta saber quais serão as consequências para os envolvidos e como isso moldará o futuro da Lava Jato e suas investigações. Uma coisa é certa: as revelações recentes lançam uma sombra sobre uma das maiores operações anticorrupção da história do Brasil e levantam questões sobre a integridade do processo judicial.

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