TSE: Moraes volta a defender a responsabilização das big techs

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, gerou polêmica ao defender a regulamentação das redes sociais no Brasil durante um seminário realizado na sede do tribunal em Brasília. Em um discurso enfático, Moraes destacou a necessidade urgente de maior responsabilização das grandes empresas de tecnologia pelo conteúdo publicado em suas plataformas.


Moraes argumentou que essa responsabilização pode ser alcançada por meio de uma interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o artigo 19 do Marco Civil da Internet, que atualmente isenta as empresas de tecnologia de responsabilidade pelo que é publicado nas redes sociais. Ele ressaltou que não é aceitável que o setor de tecnologia seja o único na história da humanidade a não ser regulamentado, e afirmou que bastaria uma interpretação do STF sobre o artigo 19 para que isso fosse resolvido.


"Não é possível que o setor queira ser o único na história da humanidade a não ser regulamentado. Para mim, bastaria um artigo da lei ou uma interpretação que o STF, brevemente, ao analisar o artigo 19, deve dar. O que não pode no mundo real, não pode no virtual. Não precisa de mais nada, não precisa fazer um Código de 600 artigos", declarou o ministro durante o seminário.


As declarações de Moraes foram feitas durante o encerramento de um seminário sobre Inteligência Artificial, Democracia e Eleições, organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) na sede do TSE. Durante seu discurso, Moraes também criticou a atuação daqueles que utilizam as redes sociais para disseminar informações falsas e promover discursos de ódio, destacando a importância de combater a desinformação e proteger a integridade do processo democrático.


A defesa de Moraes pela regulamentação das redes sociais e pela responsabilização das grandes empresas de tecnologia reflete preocupações crescentes em relação ao papel dessas plataformas na disseminação de informações e na manipulação de opiniões públicas. Nos últimos anos, tem havido um aumento significativo no número de casos de desinformação e propaganda política enganosa nas redes sociais, levantando questões sobre a necessidade de medidas regulatórias mais rigorosas.


No entanto, as declarações de Moraes também geraram críticas por parte daqueles que defendem a liberdade de expressão e a livre circulação de informações na internet. Alguns argumentam que a regulamentação excessiva das redes sociais poderia levar à censura e restringir a liberdade de expressão online.


Diante desse debate em curso, é provável que as declarações de Moraes continuem a gerar controvérsias e estimular o debate sobre o papel das redes sociais na sociedade e a necessidade de regulamentação para proteger os direitos dos usuários e garantir a integridade do processo democrático. Enquanto isso, o TSE e outras instituições continuarão a buscar soluções para lidar com os desafios emergentes relacionados ao uso das redes sociais durante períodos eleitorais e além.
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