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 No período entre 2004 e 2014, a Odebrecht teve operações em 24 estados e em mais de 70 países, tendo movimentado cerca de R$ 35 bilhões em contratos diretos e parcerias com a Petrobras. Estima-se que durante esse período a empresa tenha pago aproximadamente R$ 1 bilhão em propinas. A perícia contábil da Polícia Federal na época estimou que as perdas causadas por superfaturamento nesses negócios chegaram a R$ 7 bilhões.

O retorno das empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e UTC às negociações com a Petrobras gera debate e controvérsia. Por um lado, há a argumentação de que essas empresas passaram por um processo de reestruturação interna, adotando medidas de compliance e buscando se adequar às exigências legais. Além disso, elas têm experiência e expertise no setor, o que pode contribuir para a realização de projetos da Petrobras.

Por outro lado, críticos questionam a decisão de permitir que empresas envolvidas em esquemas de corrupção voltem a fazer negócios com a estatal. Alguns argumentam que isso pode sinalizar impunidade e falta de rigor na punição dos envolvidos nos escândalos.

A Petrobras enfatiza a necessidade de conformidade com seu Programa de Compliance e reforça que todas as empresas devem seguir as leis e normas de integridade. Resta aguardar os desdobramentos dessas negociações e avaliar se as empreiteiras conseguiram realmente se reinventar e atuar de forma ética e transparente, cumprindo as exigências estabelecidas pela Petrobras. A retomada dos contratos com essas empresas pode ser um teste para a efetividade do combate à corrupção no setor e para a confiança na estatal e no sistema de licitações.