Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF), afirmou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), nesta quinta-feira (9), que a equipe de inteligência da SSP-DF alertou os integrantes da pasta, incluindo superiores, sobre os “ânimos exaltados” dos manifestante antes dos atos do dia 8 de janeiro. Segundo ela, várias frações de inteligência avisaram sobre a situação. Às 12h30 do dia 7, foi informado: “âminos exaltados e dispostos a animosidade com forças de segurança”, “falas de incitação como ocupação de prédios públicos, sem liderança específica”.
No entanto, Marília também argumentou que esses avisos mudavam constantemente. Em outros momentos, os ânimos estavam pacíficos. Ela relatou que no sábado à noite, os manifestante estavam se organizando para dormir e que não sabiam se eles iriam para a Esplanada dos Ministérios, pois havia divergência entre eles naquela noite. No domingo pela manhã, eles acordaram e receberam informe de ânimos pacíficos, e às 9h decidiram que iriam descer às 13h.
Marília ainda afirmou que a equipe de inteligência da pasta não fracassou em relação às manifestações. Segundo ela, as informações circularam e a ideia de invasão dos prédios públicos foi informada. A ex-subsecretária também destacou que o trabalho de inteligência da SSP-DF era mais estratégico, sem a ação de campo. Sua área era fazer o acompanhamento de inteligência, o que foi feito a cada minuto. Ela afirmou que não era sua área falar sobre os demais integrantes da pasta.