Bolsonaro se irrita com ação de Moraes e clima fica tenso


O presidente Jair Bolsonaro ficou irritado com a determinação para depor à Polícia Federal sobre os acontecimentos de 8 de janeiro deste ano. Além disso, o texto do despacho assinado pelo ministro Alexandre de Moraes, que considerou duro, também não agradou ao presidente. As informações são do site Política Online Brasil.

O despacho do ministro foi claro ao afirmar que a oitiva de Bolsonaro era uma medida indispensável para o completo esclarecimento dos fatos investigados. A investigação busca apurar crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.

O presidente recomendou aos seus aliados que evitem abordar publicamente o assunto, pois acredita que, no momento, atritar com o Supremo Tribunal Federal (STF) não é uma boa escolha. Caso haja uma decisão monocrática desfavorável assinada por Moraes, o ex-presidente poderá recorrer ao colegiado da corte.

Apesar das instruções, o vereador Carlos Bolsonaro, que é responsável pelas redes sociais do pai e goza da sua plena confiança, fez uma postagem nas redes sociais sobre o assunto. Ele compartilhou uma reportagem sobre o despacho de Moraes e escreveu: "AHAHAHAHAHAH… Esse país é uma piada!".

A postagem do vereador gerou repercussão e indignação entre os críticos do governo Bolsonaro, que consideram a atitude do filho do presidente inapropriada. Alguns juristas também se manifestaram, afirmando que as declarações de Carlos poderiam ser interpretadas como uma forma de desacreditar a Justiça brasileira.

A situação reforça a tensão entre o governo federal e o STF, que já vinha se agravando desde a prisão do ex-deputado Roberto Jefferson. O presidente Jair Bolsonaro tem feito críticas públicas ao Supremo e, em diversas ocasiões, chegou a questionar a legitimidade da corte e dos seus ministros.

Para especialistas em política, a postura adotada pelo presidente e pelos seus aliados pode gerar consequências negativas para a democracia brasileira e para a estabilidade institucional do país. A investigação em curso é considerada importante para a apuração de possíveis crimes cometidos no dia 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso Nacional e fizeram ameaças a parlamentares.

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