Presidente do Senado adia sessão que daria início à CPMI de 8 de janeiro


O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu adiar a sessão conjunta que seria realizada nesta terça-feira (18), com deputados e senadores, na qual seria feita a leitura do requerimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que tem como objetivo apurar os atos do dia 8 de janeiro. A sessão agora acontecerá no próximo dia 26 de abril, conforme noticiado pelo Política Online Brasil.

A decisão de adiar a sessão foi tomada após uma reunião com as lideranças do Congresso, onde parlamentares aliados ao governo federal fizeram pressão para que a sessão fosse postergada. Mesmo com um requerimento com assinaturas de 194 deputados e 37 senadores, que é amplamente superior ao exigido para que o pedido de instalação do colegiado tenha validade, o governo é declaradamente contra a realização da CPMI e busca convencer os congressistas a retirarem suas assinaturas.

A CPMI tem como objetivo investigar os atos do dia 8 de janeiro, quando um grupo invadiu o Capitólio dos Estados Unidos, em Washington, durante a sessão do Congresso que formalizaria a vitória eleitoral do agora presidente Joe Biden. No Brasil, houve manifestações de apoio ao então presidente norte-americano Donald Trump, que havia contestado o resultado das eleições. O requerimento de instalação da CPMI foi apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e pelo deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

A decisão de adiar a sessão foi criticada por parlamentares da oposição, que viram na postergação uma manobra para evitar a apuração dos fatos. "O adiamento da leitura do requerimento da CPMI da insurreição é um acinte ao Congresso Nacional e ao Brasil. Não há democracia sem investigação dos crimes contra a soberania popular", escreveu o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) em seu Twitter.

Por outro lado, parlamentares governistas afirmam que a CPMI seria uma manobra da oposição para enfraquecer o governo do presidente Jair Bolsonaro. "A oposição quer transformar a CPMI em uma palanque eleitoral para o próximo ano, sem qualquer objetivo de apurar os fatos. Não podemos compactuar com isso", disse o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO).

Ainda não se sabe qual será o desfecho da situação, mas a decisão de adiar a sessão deixou claro que a instalação da CPMI está longe de ser uma questão resolvida. O cenário político no Brasil segue conturbado, e a realização da comissão de inquérito pode trazer ainda mais instabilidade ao país.

Postagem Anterior Próxima Postagem