Cid terá que usar tornozeleira e está impedido de usar redes sociais

Tenente-coronel Mauro Cid é libertado após acordo de delação premiada com medidas cautelares impostas pelo STF

Neste sábado (9), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi libertado do Batalhão de Polícia do Exército de Brasília após uma decisão polêmica do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A soltura ocorreu em decorrência da homologação de um acordo de delação premiada entre a defesa do militar e a Polícia Federal (PF), marcando um capítulo importante em uma série de investigações que envolvem o ex-oficial.

A decisão do ministro Moraes não veio sem condições rigorosas. O magistrado impôs medidas cautelares severas que devem ser rigorosamente seguidas pelo tenente-coronel Mauro Cid como parte de sua liberdade condicional. Essas medidas incluem o uso de uma tornozeleira eletrônica, a obrigação de comparecer em juízo em até 48 horas após ser convocado e, posteriormente, semanalmente às segundas-feiras.

Além disso, Mauro Cid está proibido de deixar o país, deve entregar seu passaporte em até 5 dias e todos os passaportes emitidos em seu nome serão cancelados. Ele também perdeu o direito ao porte de arma de fogo e seu certificado de registro para coleção, tiro esportivo e caça foram suspensos. Outra restrição notável é a proibição de uso de redes sociais, bem como a proibição de comunicação com outros investigados, com exceção de sua esposa, filha e pai.

Todas essas medidas foram estabelecidas com o objetivo de garantir que Mauro Cid cumpra rigorosamente as condições de sua liberdade condicional, e qualquer descumprimento poderá resultar em seu retorno à prisão.

As acusações que levaram à prisão do tenente-coronel Mauro Cid incluem a falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19, um crime que chamou a atenção das autoridades. No entanto, a investigação se aprofundou ainda mais após a quebra do sigilo telefônico e telemático do militar.

Nesse contexto, Mauro Cid passou a ser suspeito de ter vendido irregularmente presentes dados por outros chefes de Estado a Jair Bolsonaro. Este aspecto da investigação promete ser central no acordo de delação premiada firmado entre o militar e a Polícia Federal, cujos detalhes ainda não foram divulgados.

É importante destacar que essa decisão e as medidas cautelares impostas pelo ministro Moraes causaram grande comoção na sociedade brasileira, com opiniões divergentes sobre a liberdade condicional do tenente-coronel. Muitos argumentam que as restrições são necessárias para garantir a integridade das investigações em curso, enquanto outros acreditam que são excessivamente rigorosas.

Agora, o futuro de Mauro Cid está nas mãos da Justiça, e a delação premiada pode lançar luz sobre questões até então obscuras relacionadas a sua conduta e envolvimento em supostos crimes. O desenrolar desses eventos continuará a ser acompanhado de perto por todo o país, à medida que a investigação avança e os detalhes da delação são revelados.

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