Número dois da Abin de Lula foi esquecido pela CPMI do 8 de janeiro


Diretor-Adjunto da Abin Ignorado em CPI: Alessandro Moretti na Corda Bamba


O diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti, figura central em polêmicas recentes, teve seu nome ignorado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Congresso Nacional que investigou os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA) havia solicitado, em julho do ano passado, a convocação de Moretti para depor na CPMI, porém, o pedido não foi pautado pelo presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (União-BA).


O requerimento de Duarte Jr. ressaltava as ligações de Alessandro Moretti com o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, preso até maio por suspeita de omissão nos atos extremistas de 8 de janeiro. O deputado acreditava que Moretti poderia "trazer informações valiosas para o prosseguimento desta nobre Comissão".


No entanto, a não inclusão do nome de Moretti na agenda da CPMI levanta questões sobre as motivações por trás dessa omissão. A polêmica se intensifica após a Polícia Federal revelar, nesta semana, que durante uma reunião em março, Moretti desqualificou a investigação sobre espionagem ilegal na Abin, referindo-se a ela como algo com "fundo político e que iria passar".


O diretor-adjunto da Abin já estava sob os holofotes anteriormente, sendo considerado o "braço direito" de Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública do DF e chefe da inteligência da Polícia Federal no governo Bolsonaro. A sua presença em cargos-chave e as relações controversas que manteve geraram atritos com a PF e o Ministério da Justiça.


A CPMI do 8 de janeiro teve como um dos focos de discussão os relatórios da Abin sobre os riscos de atos extremistas, que não teriam chegado ao ministro da Justiça Flávio Dino, mas eram compartilhados em grupos de WhatsApp com integrantes do governo Bolsonaro.


A revelação recente da PF coloca Moretti em uma posição delicada, com sua atuação na Abin sendo questionada e sua convocação para depor sendo negada pela CPMI. Enquanto isso, as investigações sobre as ações da Abin e a relação entre órgãos de inteligência e o governo continuam a gerar controvérsias e tensionar as relações entre os poderes. O desdobramento desse episódio promete alimentar debates e especulações nos próximos dias, à medida que a sociedade busca compreender os bastidores da inteligência e segurança no cenário político brasileiro.

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