Para fechar a COP 30, um grande incêndio. O chanceler alemão tem razão

 

Para fechar a COP 30, um grande incêndio expõe falhas e vira símbolo de um evento marcado por caos e constrangimentos internacionais

A Conferência do Clima da ONU, a COP 30, que deveria consolidar o Brasil como líder global em sustentabilidade e diplomacia climática, terminou justamente da pior forma possível: em chamas. Na tarde desta quarta-feira (20), um incêndio de grandes proporções atingiu a chamada blue zone, área reservada para ministros, chefes de delegações e negociadores internacionais — um dos espaços mais estratégicos do evento. O episódio coroou uma edição já marcada por falhas logísticas, críticas generalizadas e uma sucessão de situações embaraçosas.

De acordo com informações preliminares, as chamas teriam começado por volta das 14h, possivelmente no Pavilhão da Índia. Duas hipóteses são consideradas pelas equipes técnicas: falha em um gerador ou um curto-circuito em um dos estandes. Em poucos minutos, o fogo atingiu o teto do pavilhão, avançou por estruturas provisórias e derrubou parte das instalações. O local estava lotado — o que aumentou o pânico e a correria para evacuar o espaço.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram delegados correndo entre fumaça densa, equipes de segurança improvisando rotas de fuga e visitantes desesperados tentando sair do prédio. Embora ainda não haja confirmação sobre feridos graves, o susto foi enorme e o impacto político, imediato.

Críticas internacionais: “O chanceler alemão tem razão”

Ao longo de toda a COP 30, críticas já vinham sendo levantadas por diversas delegações estrangeiras. Faltou água, faltou comida e até hospedagens desabaram. Delegações da Europa e da Ásia relataram dificuldades básicas, como acesso a transporte, sinal de internet e alimentação. Em alguns momentos, líderes estrangeiros chegaram a comparar a conferência com eventos amadores realizados sem planejamento.

O chanceler alemão, uma das vozes mais duras nos bastidores, afirmou que o Brasil parecia ter se preparado “para um festival, não para a maior conferência climática do planeta”. A declaração, inicialmente recebida com surpresa, agora ganha novos contornos após o incêndio. Nas redes sociais, analistas internacionais apontam que a fala do líder europeu, antes vista como exagerada, se tornou uma síntese perfeita da tragédia organizacional.

Um evento que deveria ser histórico — e acabou histórico pelos motivos errados

A COP 30 foi anunciada pelo governo brasileiro como o grande marco da retomada do protagonismo climático do país. A promessa era transformar a conferência em um espetáculo de organização, inovação verde e diplomacia estratégica. Porém, logo no início do evento, a realidade começou a desmoronar — literalmente.

Participantes denunciaram falta de água potável nos corredores, longas filas sob forte calor, atrasos recorrentes e falhas estruturais graves em centros de hospedagem montados às pressas. Em dois casos, estruturas de alojamento chegaram a desabar durante a chuva, deixando delegações desalojadas e gerando pedidos de explicações imediatas.

Mesmo assim, a expectativa era que o encerramento pudesse amenizar a percepção negativa. Não aconteceu.

O incêndio como metáfora

O fogo que consumiu parte significativa da área central da COP 30 está sendo interpretado internacionalmente como uma metáfora perfeita do que foi o evento: desorganização, improviso, falta de infraestrutura, problemas técnicos e má gestão.

Diplomatas ouvidos pela imprensa estrangeira afirmaram que nunca presenciaram algo semelhante em uma conferência da ONU. Um representante escandinavo declarou que “o incêndio selou a imagem de que esta foi uma das piores COPs já realizadas.”

O episódio também deve gerar pressão adicional sobre o Brasil em fóruns internacionais. A reputação de país capaz de sediar grandes eventos já vinha abalada, e agora enfrenta um desgaste ainda maior.

Medo, correria e evacuação desordenada

Testemunhas relatam que o pânico tomou conta do local rapidamente. A fumaça avançou pelos corredores, alarmes não dispararam em alguns setores e seguranças começaram a orientar os participantes de forma manual. Alguns grupos, segundo relatos, não encontraram sinalização clara de saída.

“Parecia uma cena de filme. O teto começou a ficar preto e a gente só corria. Muita gente tropeçando, caindo, gritando. Foi horrível”, relatou uma negociadora latino-americana.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e, após mais de uma hora de trabalho intenso, conseguiu controlar o incêndio. Ainda não há uma avaliação completa dos danos, mas estima-se que boa parte da área ficará inoperante pelos próximos meses.

Cobrança por explicações e responsabilização

Parlamentares da oposição já anunciaram que irão exigir explicações formais sobre o desastre organizacional da COP 30. A expectativa é que o governo enfrente forte desgaste nos próximos dias — tanto interno quanto internacional.

Enquanto isso, na internet, a indignação cresce. “O Brasil passou vergonha no mundo inteiro”, repetem usuários e analistas políticos.

O que era para encerrar a COP 30 com anúncios importantes e compromissos históricos sobre o clima terminou em fumaça, caos e confusão. Um final melancólico para um evento que tinha tudo para ser grandioso — e acabou marcado como um dos maiores vexames internacionais da história recente.

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