O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, afirmou à CNN que não irá comentar sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo Bolsonaro, por se tratar de um documento sigiloso.
Para Heleno, não é possível garantir o que de fato foi dito na delação. "A delação do tenente-coronel Mauro Cid é sigilosa, ou seja, não é viável que seja de conhecimento de parte da imprensa. Como comentar sobre ela?", declarou.
O ex-ministro se pronunciou em meio às expectativas de seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, marcado para terça-feira (26). A comissão busca esclarecer se o ex-ministro tomou conhecimento de alguma reunião do ex-presidente Jair Bolsonaro com comandantes das Forças Armadas para tratar de assuntos relacionados a um possível golpe no país.
Em junho, durante seu depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que também investiga os eventos ocorridos em 8 de janeiro, Augusto Heleno argumentou que havia má interpretação sobre o uso do termo "golpe". Ele enfatizou que um golpe requer líderes e um líder principal, o que não seria uma ação simples, especialmente em um país com a dimensão e população do Brasil.
A oitiva de Heleno na CPMI promete ser um momento crucial na investigação em curso e levantar questões sobre o papel das Forças Armadas e do governo em relação aos eventos de janeiro.