O título, celebrado pela torcida em todo o país, teve um sabor ainda mais especial para Filipe Luís. O ídolo rubro-negro, que já havia vencido a competição como jogador, agora repete o feito como treinador, entrando para um seleto grupo que conquistou a América tanto dentro como fora de campo.
Um primeiro tempo de tensão e equilíbrio
A final começou do jeito que se esperava de um confronto entre as duas equipes mais vitoriosas do Brasil nos últimos anos: intensa, estudada e com equilíbrio absoluto. Logo nos primeiros movimentos, o Palmeiras tentou ditar o ritmo, mas a defesa rubro-negra se posicionou de forma impecável e neutralizou as primeiras investidas.
O Flamengo, comandado por Filipe Luís, respondeu rapidamente. Aos cinco minutos, Arrascaeta cobrou um escanteio fechado que assustou o goleiro alviverde, demonstrando que a bola parada seria uma arma perigosa. Com mais posse de bola, o time carioca começou a tomar o controle da partida, criando chances importantes, especialmente com Bruno Henrique e Samu Lino.
Bruno Henrique teve grande oportunidade aos 14 minutos, quando recebeu bom passe de Varela e finalizou com força da entrada da área — mas a bola saiu à direita da meta. Pouco depois, Samu Lino recebeu na ponta direita, dominou com estilo e finalizou colocado, novamente para fora. O Flamengo era superior, mas ainda não encontrava a precisão necessária para abrir o placar.
O Palmeiras, por sua vez, passou a reagir após os 20 minutos. Khellven cruzou com perfeição na cabeça de Vitor Roque, que, porém, não conseguiu direcionar a bola. A partida, cada vez mais competitiva, viu o clima esquentar: Arrascaeta, Erick Pulgar e Raphael Veiga receberam cartão amarelo por entradas duras, num duelo físico típico de final continental. Os palmeirenses reclamaram muito da falta cometida por Pulgar, pedindo expulsão, mas o VAR optou por não chamar o árbitro argentino Darío Herrera para revisão.
No último lance da primeira etapa, Piquerez ainda tentou surpreender com chute forte após rebote da defesa rubro-negra, mas a finalização saiu sem direção.
Flamengo cresce, domina e chega ao gol no segundo tempo
O time carioca voltou dos vestiários com a mesma postura ofensiva. Aos poucos, empurrou o Palmeiras para o campo de defesa. Logo no primeiro minuto, a defesa alviverde precisou cortar um cruzamento perigoso. Mas o Palmeiras, treinado por Abel Ferreira, respondeu com força: aos quatro minutos, armou boa jogada ofensiva que, por pouco, não terminou em finalização limpa.
O susto maior para os palmeirenses veio logo depois. Murilo errou na saída de bola e entregou a posse para Bruno Henrique, que rapidamente acionou Arrascaeta. O uruguaio tentou finalizar cruzado, mas Gustavo Gómez salvou a equipe paulista com um carrinho providencial.
Aos 21 minutos, porém, a pressão rubro-negra finalmente deu resultado. Arrascaeta, sempre protagonista em grandes decisões, cobrou escanteio com precisão cirúrgica. Danilo subiu mais alto que toda a defesa palmeirense e testou firme para o fundo das redes. O gol explosivo incendiou a torcida e colocou o Flamengo na frente da final.
Abel muda o time, Palmeiras pressiona, mas Fla segura
Precisando do empate, Abel Ferreira mexeu no time, colocando mais atacantes e reorganizando sua equipe de forma mais agressiva. O Palmeiras passou a pressionar de forma intensa e criou oportunidades, especialmente em jogadas dentro da área. Na melhor delas, Flaco López ajeitou a bola para Murilo, que finalizou, mas Varela desviou para escanteio.
O Flamengo, com a vantagem, adotou estratégia mais conservadora, compactando sua defesa e apostando em contra-ataques. Ainda assim, o Palmeiras teve grande oportunidade aos 43 minutos. Após sobra dentro da pequena área, Vitor Roque finalizou, mas Danilo — o herói da partida — surgiu novamente para salvar, desviando para escanteio.
Festa rubro-negra e um capítulo histórico
Com o apito final, o Flamengo alcançou seu quarto título de Libertadores, deixando para trás Palmeiras, Grêmio, São Paulo e Santos na lista de campeões brasileiros do torneio. A festa já estava preparada e tomou conta do país.
Para Filipe Luís, Arrascaeta, Bruno Henrique e todo o elenco, o título representa mais do que uma conquista: é a reafirmação de uma era vitoriosa. Para a torcida, é mais uma noite inesquecível. E para o futebol brasileiro, mais um capítulo épico escrito em vermelho e preto.
