Desesperado, Maduro reage após Trump “fechar” espaço aéreo da Venezuela e clima de guerra se intensifica na região
A crise diplomática entre Estados Unidos e Venezuela atingiu um novo patamar neste sábado (29), após Donald Trump declarar publicamente que o espaço aéreo venezuelano deve ser considerado “totalmente fechado”. A afirmação, publicada na rede Truth Social, provocou reação imediata e enérgica de Nicolás Maduro, que classificou a fala do presidente norte-americano como uma “ameaça colonialista” e uma agressão direta à soberania do país.
O comunicado oficial divulgado pelo governo venezuelano evidencia o grau de tensão que se instalou na América do Sul. Nele, Caracas acusa Washington de tentar impor, “de maneira extraterritorial e ilegítima”, ordens sobre o território venezuelano — algo que, segundo Maduro, representa uma violação histórica do direito internacional.
“A República Bolivariana da Venezuela repudia veementemente a mensagem pública divulgada pelo presidente dos Estados Unidos, na qual ele tenta aplicar extraterritorialmente a jurisdição ilegítima dos EUA, ameaçando a soberania do espaço aéreo nacional, a integridade territorial e a segurança aeronáutica”, diz o texto.
A declaração de Maduro vem poucas horas após a publicação de Trump:
“A todas as companhias aéreas, pilotos, traficantes de drogas e traficantes de pessoas, por favor, considerem o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela totalmente fechado.”
O governo venezuelano classificou a postura do líder norte-americano como uma “nova, extravagante, ilegal e injustificada agressão”, elevando o tom num momento em que forças militares dos EUA ampliam sua presença estratégica na região.
Operação militar dos EUA avança e acirra temores em Caracas
A declaração de Trump não ocorreu isoladamente. Nos últimos dias, os Estados Unidos intensificaram seus movimentos militares no Caribe e na América do Sul. Navios de guerra, um submarino nuclear, caças F-35 e o porta-aviões USS Gerald R. Ford — o maior do mundo — foram deslocados para áreas próximas à Venezuela.
A iniciativa faz parte da Operação Lança do Sul, iniciada em 13 de novembro, que, segundo Washington, busca desmantelar redes de narcotráfico internacional. Porém, Caracas e aliados enxergam no movimento um possível prelúdio de intervenção militar.
Para aumentar ainda mais a tensão, na quinta-feira (27), Trump mencionou publicamente a possibilidade de incursões terrestres em território venezuelano. O presidente norte-americano justificou a hipótese afirmando que o país se tornou um centro perigoso para o narcoterrorismo, argumento já usado anteriormente por Washington para intervir militarmente em outras regiões do mundo.
A situação se agravou após os EUA incluírem novamente Maduro, em julho, na lista de líderes de organizações designadas como grupos terroristas internacionais, apontando-o como chefe do Cartel de Los Soles. Essa designação não apenas reforçou a narrativa norte-americana como também abriu portas legais para ações militares extraterritoriais.
Maduro se diz pronto para resistir e mobiliza forças internas
O presidente venezuelano, que vinha mantendo relativo silêncio público diante dos movimentos de Trump, finalmente se manifestou. Em tom tenso e desafiador, reiterou que seu país está preparado para “enfrentar a ameaça imperial”.
Fontes internas afirmam que Maduro ordenou uma mobilização militar em larga escala, incluindo acionamento de tropas de defesa aérea, reforço de bases estratégicas e ativação de comandos de resposta rápida.
O governo bolivariano também convocou aliados regionais para reuniões emergenciais, temendo que uma escalada norte-americana possa desencadear um conflito sem precedentes desde a crise de 2019.
Ações militares dos EUA se multiplicam no Caribe
Segundo o Pentágono, 22 ataques foram realizados recentemente contra embarcações envolvidas com transporte de drogas no Caribe e no Pacífico. Contudo, críticos afirmam que as autoridades norte-americanas não apresentaram provas robustas que sustentem acusações de vínculo dessas embarcações com cartéis.
Enquanto isso, fuzileiros navais dos EUA instalados em bases na América Latina intensificaram exercícios envolvendo infiltração, guerra na selva, desembarque de tropas e testes com aeronaves de combate.
A movimentação, vista por especialistas como um sinal claro de preparação operacional, causa profunda preocupação entre observadores internacionais.
A escalada diplomática, o isolamento de Maduro e o risco de conflito
Para analistas, a declaração de Trump sobre o fechamento do espaço aéreo venezuelano foi a centelha que faltava para transformar um ambiente já tenso em um cenário real de risco militar.
Ao reagir publicamente pela primeira vez, Maduro expõe o que muitos nos bastidores já mencionavam: o governo venezuelano teme que o “prazo” dado por Trump esteja de fato se esgotando.
O isolamento internacional de Maduro cresce, enquanto a presença militar dos EUA se fortalece. A equação é explosiva:
- Trump endurece o discurso e amplia movimentos militares;
- Maduro responde em tom desesperado e denuncia tentativa de intervenção;
- Região vive clima de pré-conflito, semelhante aos momentos mais tensos da Guerra Fria;
- Comunidade internacional observa atônita, temendo desdobramentos irreversíveis.
A cada nova declaração, o tabuleiro geopolítico se aproxima de um ponto de ebulição. E a pergunta que ecoa entre analistas e governos estrangeiros é simples e perturbadora:
Até quando a crise permanecerá apenas no campo das palavras?
Por enquanto, o mundo aguarda — mas não em silêncio.
